Nunca tive muitos amigos, mas os que tive e os que tenho são sempre muito especiais para mim. No entanto, ao longo deste longo caminho, sempre houve alguns desentendimentos, como é normal, nas amizades. Sempre passou, mas há muita coisa que uma pessoa atura ao longo do tempo, e chega a um momento que explode, que se farta. Farta-se de ser a boazinha, a que está sempre disponível para ajudar o meio mundo e até o amigo do outro. Enfim, eu sempre fui uma dessas pessoas. Que dá tudo de si, para no meio, acontecer algo, levar uma facada nas costas e no fim perdoar tudo o que aconteceu; mas como disse uma pessoa cansa-se. Se há coisa que eu mais odeio é discutir com as pessoas, sentir que as magoei, ou até mais grave, que as perdi. Mas algumas pessoas não se importam, não lutam, não fazem nada de nada, para que a situação se resolva, para que não haja atritos, ou para que tudo seja visto como um mal entendido. A pessoa pode errar sempre, que parece que tenho a obrigação de a perdoar, quanto a mim, bem posso morrer ali ao lado, que a pessoa não quer saber. Muitas das vezes custa saber que esse alguém está em casa e nem uma mensagem, nem um telefonema faz. Porque claro, temos de ser sempre nós a fazê-lo não é? É ridículo. Principalmente quando conhecemos essas pessoas de anos. Fomos nós que as tirámos do chão, e foram elas que nos colocaram lá. No entanto, ergue-mo-nos, porque como uma amiga minha me disse um dia desses "levanta-te, se não a coroa cai". Nós esforça-mo-nos, nós queremos que tudo corra bem, mas há sempre um lado que falha, há sempre qualquer coisa. A pessoa simplesmente não dá valor, não quer dar valor. É tudo para o lado dela. Não nos fala, até precisar de nós. Porque sim, só aí, é que nós somos importantes, para fazer favores. E nós fazemos. E quando ainda temos esperança que aquela pessoa nos vá dizer algo ou fazer algo, somos abandonados. Nem uma palavra de agradecimento. E quando somos nós a pedir algo? "Lamento, não vai dar". Pois é... é muito inconveniente. Por isso, a vontade que me dá é de simplesmente desaparecer, "cagar-me" literalmente para essa pessoa. Deixá-la no chão e fazer, por mais impossível que seja, limpá-la da nossa memória. Esquecê-la, pagando na mesma moeda, como ela fez durante estes anos todos. O problema torna-se mais grave quando são várias pessoas. Porque aí torna-se numa situação completamente dificil, a partir do momento em que um dos amigos do grupo pede para saír, e aí é complicado, porque das duas uma: ou ficamos de cara trancada para com aquela ou aquelas pessoas, ou então fingimos que está tudo bem, que não há problema nenhum naquilo, que é só mais uma noite, e como não queremos problemas ou passar por situações constrangedoras, reduzimo-nos à nossa ignorância. É ridículo.
Depois vem o momento das fotos, das selfies, e aquela pessoa pede para tirar uma foto contigo, mal ela sabe que tu praticamente a odeias. Quer dizer, não é odiar, é o facto de que a cada passo que ela dá e a cada palavra que lhe sai da boca para falar contigo, ela magoa-te. E tu só és forte o suficiente, quando cagas literalmente em tudo o que ela te diz ou faz, abandonando o barco e dizeres que não estás para aquilo. E é assim que eu me sinto neste preciso momento. Se tu também estás, junta-te ao clube. Mas eu não vou mais tolerar isto. Não vou mais subjugar me a isto, porque eu não fiz nada para merecer isto, não magoei ninguém e não errei. E eu tenho mais do que fazer do que aturar este tipo de situações, porque uma coisa é certa: mais vale só, ou com poucos amigos, do que mal acompanhada.